O segundo dia da XIX Semana de Iniciação Científica da Faculdade R.Sá foi marcado pela diversidade de formatos e pela potência dos temas apresentados. Curtas-metragens produzidos por alunos, pesquisas de relevância social e debates sobre desastres ambientais deram o tom de uma programação que evidencia o papel da educação superior na construção de soluções reais para a sociedade.
Com o tema central “Inovação e Sustentabilidade: Transformando Desafios em Oportunidades”, a Semana Científica segue demonstrando como a integração entre ensino, pesquisa e extensão é capaz de extrapolar os muros da academia e provocar mudanças efetivas no semiárido piauiense.
Uma das grandes atrações do dia foi a exibição de dois curtas-metragens produzidos por estudantes, sob orientação interdisciplinar das disciplinas de Tópicos de Cinema e Jornalismo Contextualizado com o Semiárido. As obras foram elaboradas a partir da vivência dos próprios alunos nos territórios locais, promovendo uma aproximação entre universidade e comunidade.
De acordo com a estudante Glenda Leal, que integrou a equipe de produção, os curtas não só permitiram a prática da teoria aprendida em sala, como também tiveram uma devolutiva social significativa.
“Além da gente colocar a mão na massa, praticar a teoria em sala de aula, nós também tivemos contato com as pessoas de fora. Nos aproximamos delas e trouxemos contribuições para a comunidade, para não ficar só nos livros”, destacou.
Glenda também ressaltou que os dois trabalhos foram aceitos no INTERCOM, um dos maiores congressos de comunicação do país, fortalecendo a visibilidade do projeto em nível nacional.
Outro destaque foi a apresentação do artigo sobre sextorsão e pornografia de vingança, tema ainda pouco discutido no meio jurídico, mas com graves consequências sociais. O estudo foi desenvolvido por alunos do curso de Direito, que buscaram referências entre 2020 e 2025 para sustentar a argumentação.
Segundo Maria Thaynná Ribeiro da Silva, o grupo escolheu o tema por sua relevância e pouca abordagem legal.
“A gente procurou um tema que fosse pouco abrangente na sociedade, mas que necessita de muita atenção. Não tem uma previsão legal certa para ele. Então apresentamos de uma forma explorada e profunda, com base em artigos recentes e discussões atuais”, pontuou.
A programação também contou com a mesa-redonda “Atuação intersetorial diante dos desastres ambientais: desafios e respostas em Picos”, que reuniu especialistas para debater as consequências dos eventos climáticos extremos na região. Entre os principais pontos discutidos, estiveram o extravasamento de lagoas de tratamento, a contaminação do solo por resíduos e o papel das instituições públicas na gestão dos riscos.
A engenheira civil Gabriela Monteiro, que participou das discussões, destacou a importância da atuação conjunta dos órgãos públicos diante de situações de crise.
“A Defesa Civil trabalhou em conjunto com as secretarias de saúde e meio ambiente. Procuramos, com essa integração, minimizar os impactos e mitigar a maior parte dos danos que conseguimos”, explicou.
Para a professora Maria do Socorro, a Semana Científica continua cumprindo seu papel de estimular o pensamento crítico e a busca por soluções inovadoras.
“É um evento que ajuda o aluno a despertar para a pesquisa, para o ensino, para a extensão. E a ver a academia como um local de produção do conhecimento”, reforçou.
Com apresentações que vão do audiovisual à ciência aplicada, o evento mostra que o saber acadêmico, quando aliado à prática social, transforma realidades e amplia horizontes. A programação segue até sexta-feira (30), prometendo ainda mais trocas enriquecedoras e descobertas transformadoras.